Os
governantes não são eleitos por todos e a maioria precária que os eleger não
gera poderes absolutos. Ter consciência disso deveria dar um pouco de humildade
aos dirigentes, mas eles continuam se comportando como se o Diploma da Justiça
Eleitoral fosse uma escritura de propriedade sobre o bem publico.
Repete-se
a sina denuncia por Max Weber. “em uma democracia, o povo escolhe um líder em
que confia. Então o líder escolhido diz: Agora calem-se e me obedeçam!”. Mas
democracia não gera um cheque em branco: estabelece uma delegação limitada e
provisória.
Na
Constituição do Brasil, alias, não esta dito que o Poder deriva apenas o voto:
consta lá que ele emana do povo e alem da delegação via voto, será exercido
também diretamente . São duas ponta: sem
amarrar as duas não há democracia. Sem que a democracia direta forneça a metade
dos ingredientes da sopa, não haverá jamais plena democracia no cardápio.
A
crise capitalista avança e vai pegando geral, aumentando o descontentamento com
os gestores, diminui a receita pública e a disputa pelos caraminguás restantes
cresce quem sofrerá mais com os cortes no orçamento os amigos do rei ou a
população mais pobre?
Será
obrigatório, portanto, racionalizar a gestão. Com as exigências populares
crescendo, será necessário administrar os conflitos. De que forma? Usualmente
ocorre a imposição autocrática, pela força, porque jamais houve a Tomada de
Decisões pela Sociedade Organizada ou pela Justiça, onde os conflitos
naturalmente desembocam nos dois casos a interpretações ficam a cargo dos
doutos, longe do crivo do desprezado “andar de baixo”.
Os
governantes não querem extinguir Ministérios e Secretários. Nem pensam em zerar
as nomeações de aspones para aproveitar os bons servidores público, criando
controladorias e convocando conselhos populares para uma cogestão como propôs
em Cascavel a Professora Rosana Kátia Nazzan.
Mas
na peleia pelos recursos públicos algum vencedor haverá: será o financiador de
campanha ou o cidadão mais necessitado? A questão agora é quem vai arbitrar
esse jogo: a Câmara Municipal?
Hoje,
caídas na lama e na vergonha, muitas Câmaras Municipais beiram a completa
desmoralização. É espantosa a soma das abstenções com os votos nulos e brancos.
Parte da população já sentiu que é enrolada amplamente pelos marqueteiros e
seus candidatos produtos, elaborados em laboratórios publicitários. Assiste-se
a um poder político que falsifica tudo logo na elaboração do fulano líder na forja
da propaganda.
As
Câmaras começaram a se desmoralizar pouco depois da independência do tipo
caviar, da qual até se ouve falar, mas não saboreia no cotidiano. Até 1828 o
poder local era exercido por meio de um sistema de conselhos populares.
O
Império então decidiu amarrar as Câmaras para impedir verdadeira independência
liquidou o poder popular exercidos pelos Conselhos de cidadãos. Hoje você fala
em conselhos populares e as pessoas estranham, acostumadas à autocracia ignoram
que os conselhos populares governam a maioria das localidades bem administrada
do mundo.
A
Democracia ainda precisa ser conquistada. Uma observação até superficial da
realidade brasileira deixa bem claro que ainda não a temos: depois das eleições
manda nos calar, mesmo resmungando, silenciamos e esperamos.
Acostumamos
com a autocracia. Levaremos um susto quando, repentinamente a democracia ao
virar uma esquina nos dar uma trombada. Pode ser que até a gente reclame um
pouco por esbarrar em desconhecida.
Alceu A. Sperança
escritor
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